A pedra mói o tempo,
o tempo esmaga a rocha
não obstante, se a rocha é sonho,
o sonho não desmancha
o sonho dilui, e se mantém
A marreta violenta a idéia
a idéia perfura a terra,
no entanto, se a terra é riso,
o riso não se fere,
o riso interdita, e retorna
A espada retalha o vento,
o vento despedaça a ponte,
mas, se a ponte é discernimento,
o discernimento não despedaça,
o discernimento rompe, e ergue
A areia encobre o vazio,
o vazio usurpa o abrigo,
no entretanto, se o abrigo é palavra,
a palavra nunca é usurpada
a palavra subverte, e vence
O murro derruba o silêncio,
o silêncio enterra o rio,
mas talvez o rio seja poesia,
a poesia não é enterrada,
a poesia se mantém, e retorna, e ergue, e vence
ronilso pacheco
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Belíssimo, Rô! Um tom de Borges nas tuas letras, que ousa deslocar as coisas, imagens e elementos de seus habituais lugares no campo fixo das nossas retinas e imaginações!
ResponderExcluirNão vai atualizar não, é? E, aliás, cadê você no meu blog? rsrs Tem que fazer valer suas palavras! rsrs
ResponderExcluirbeijos
Que profundo,gente!
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