quarta-feira, 12 de agosto de 2009

CONTRATERRORISMO GLOBAL

Nosso perigo iminente
jamais se afastara de nosso instante,
de todo lugar, de maneira inclemente,
a surpresa é um espanto que nos tange.

Invisível, o inimigo confunde nossa mente,
e desconfiar que ele é o outro, nos constrange.
Percorremos o pavor que corta o Ocidente,
capitulamos ao terror, que corta o nosso sangue.

O inimigo, não fala a nossa língua.
Será que ele tem a nossa cor?

Liberdade e democracia, ainda são temas prementes,
mas é a supressão disso que hoje nos confrange,
pois lá fora, a tensão abafa gritos estridentes
que irrompem de nosso interior em transe.

Acho que o inimigo tem o rosto de todas as gentes,
e é isso que nossos defensores não abrangem,
pois o terror – e o que o evita – tem a solidariedade ausente,
e este peso vem sobre nós, acachapante.

O inimigo, não fala a nossa língua.
Será que ele tem a nossa cor?

Quantas guantânamos abrigarão nossa gente,
enquanto caos e medo nos deixam estanques?
E quanta hostilidade em nosso temor subserviente,
enquanto nossas estimativas continuam frustrantes.

Acontece que não há inimigo evidente.
Então, quem será que, no escuro, os dentes range?
Nossas perguntas [e dúvidas] são estilhaços percucientes,
que cortam, ferem, o mais absorto infante.

Ao inimigo invisível, armas insuficientes,
ao inimigo visível, o fardo insurgente,
ao medo público, a desconfiança envolvente,
ao medo privado, a desconfiança, sempre.

Neste corolário está ter medo, ser hostil, e ser prudente,
mas prometem: a derrocada do inimigo vem galopante,
se ao autoritarismo, formos condescendentes,
antes que este inimigo cresça, e torne-se pujante.

Mas inimigo, não fala a nossa língua.
Será que ele tem a nossa cor?

Nenhum comentário:

Postar um comentário